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criança e mãe empunham gesto e gritam em manifestação das madres de plaza de mayo

Legado

        Como isso é possível? Se mataram os filhos destas senhoras, muitas delas enfrentaram situações horrorosas, há mais de 30 anos as estão despistando, com um Estado que virou as costas, com todos os problemas, com a incompreensão da sociedade, com acusações terríveis… E você vê que estão alegres… 

O que acontece é que esse objetivo [de buscar] é como uma missão herdada de seus filhos. É como se eles tivessem dito: 'deixo isso com você, procure e resolva'."

Remo Carlotto é irmão de Laura Carlotto, sequestrada e assassinada pelos militares em 1977, e filho de Estela de Carlotto, presidente das Abuelas de Plaza de Mayo

Uma herança de luta

As Abuelas levaram muito a sério a tarefa de buscar seus netos. Divulgaram pelo mundo o que se passava na ditadura argentina, conquistaram boa parte da opinião pública, revolucionaram a genética e criaram um legado de luta com a qual muitas delas nem imaginavam se envolver um dia. 

 

Formadas por mães de militantes, algumas das quais até desaprovavam a atuação dos filhos, as Abuelas se viram diante de uma missão movida pelo amor e pela busca por justiça. Deram à luz como avós e resgataram a verdade de, até agora, 130 casos de crianças apropriadas, que puderam recuperar sua identidade. E ajudam a manter viva a memória de um processo atroz e violento ao entoar o coro de que “nunca mais” ele deve se repetir. 

 

O legado das Abuelas e de cada avó é observado de maneira muito particular em cada depoimento dado por cientistas, antropólogos, filhos de desaparecidos e netos recuperados, mas todos têm em comum a ideia de que a atuação delas atravessa invariavelmente a luta por memória, verdade e justiça.

Lorena Battistiol
Miguel Santucho
Victor Penchaszadeh
Carla Villalta
Claudia Poblete Hlaczik
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